terça-feira, 3 de agosto de 2010

A chegada

Mais de uma hora entre o aterrar em solo africano e o respirar fundo o ar húmido e denso de São Tomé. A Irmã Felismina acena pacientemente, do outro lado do vidro, e com um sorriso de orelha a orelha. Nos momentos seguintes, entre longas esperas e check aos passaportes, verificam o boletim internacional de vacinação - “Tomou vacina? Mostra boletim!” Aí, fizemos aquela cara 32, tipo “ir buscar agora o boletim ao fundo desta mala gigante!?”, e, sem dizer nada, ele olhou-nos e mandou seguir.

Já do lado de cá, recebem-nos a Irmã Felismina, a Irmã Rosa e uma onda de crianças que imploram “amiga, amiga, compra, compra” e, quando explicámos que vamos cá ficar dois meses, a resposta foi imediata: “não esquece meu nome, Jackson; dia 24 vou fazer negócio contigo”.

A viagem com destino a Guadalupe fez-se em duas pick-ups conduzidas pela Irmã Rosa e pelo Zé (leigo para o desenvolvimento que cá está em Missão). Não há sinais, passadeiras, não há prioridades à direita, nem cedências de passagem; todos conduzem como lhes apetece, as motas a buzinarem em todo o lado e a agitação hilariante de um país em plena campanha eleitoral! Carrinhas cheias de pessoas de azul e amarelo a gritarem ADI e outros com t-shirts e bonés do MLSTP. Começámos a ver os primeiros contrastes: do lado esquerdo da rua, vemos mulheres com os filhos às costas e outras crianças descalças e com roupa rota a deambular sozinhos; do outro lado, palmeiras enormes e um mar azul-límpido… uma marginal paradisíaca.

Chegámos à casa das Irmãs Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora!

1 comentário:

  1. Espero que a experiência seja para todos vocês tão rica quanto a descrição! :)
    Continuem a dar notícias sempre que conseguirem.

    Um beijinho ,
    inês pinto machado.

    (ENCHAM-SE DESSA MARAVILHA E, no fim, VOLTEM CHEIO E FELIZES para cá, para nós)

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