sexta-feira, 27 de agosto de 2010

folGRÃO

Quinta-feira de folga – 26 de Agosto de 2010 – Ilhéu das Rolas. Oceano Atlântico, linha do Equador, Hotel Pestana. Água transparente, quente, areia branca e coqueiros a decorar a paisagem. Ilhéu das Rolas: não há adjectivos à sua altura. O valor que lhe damos neste momento (julgo estar a falar por todos) é, talvez, desproporcional em relação ao seu real valor, mas este encontra-se irremediavelmente relacionado com o “bem” recebido. Porque se é sabido que o sol faz maravilhas, é ainda mais verdade que o sol faz mais maravilhas se estivermos deitados à beira-mar, de água de coco na mão, depois de uma intensa semana de trabalho.
O dia começou bem cedo, às 5:00 da madrugada já estávamos prontos para encher bules, para a oração da manhã e para o pequeno-almoço. A HIACE levou-nos à cidade (capital) e corremos até ao hotel de onde partia o transfer. Graças aos atributos físicos da Inês Caeiro apanhamos boleia do carro da cooperação nigeriana que nos salvou o dia. Contudo, e a bom modo português, chegamos atrasados e perdemos o jipe que nos iria levar até Ponta Baleia para apanharmos o barco. A solução foi a carrinha dos trabalhadores do hotel que também tinha o mesmo destino. Chegámos, embarcámos (em alto mar percebemos o porquê do azul-marinho ser marinho), e passados 15 minutos aterrámos no paraíso.
Check-in feito. Mapa na mão. Marco do Equador. Latitude 0. Pela primeira vez estivemos em dois lugares ao mesmo tempo. Continuamos pelos trilhos da floresta até ao ponto mais alto da ilha, o farol vermelho. O guardião deste abriu-nos a sua porta (sim porque este senhor mora lá sozinho o ano inteiro) e pudemos avistar todo o ilhéu e ainda grande parte do sul de S. Tomé. Cheios de fome dirigimo-nos até ao restaurante do hotel. Passamos pela piscina e prometemos dar-lhe um mergulho. Não tínhamos um almoço assim já lá vai quase um mês, deliciamo-nos então com a carne de vaca (coisa rara nestas bandas), com as coca-colas, com o salame de chocolate, tarte de maracujá e doce de banana. Já bem nutridos cumprimos a promessa à piscina, esta de água salgada e em forma de coração encheu-nos as medidas. Espreguiçadeira ao centro. Piscina á retaguarda. Areia à distância de um passo. Ai passámos o resto da tarde, e que tarde! O regresso estava marcado para as 16:30 (cedo de mais) e após a tentativa falhada de nos barricarmos num bungalow vimo-nos obrigados a voltar para o barco. A viagem de volta custou 10 vezes mais que a ida, a estrada parecia ter ainda mais buracos e o motorista parecia conduzir ainda pior. Chegámos ao ponto de partida e a HIACE trouxe-nos de volta a Guadalupe. Já jantados vamos dormir, pois uma nova semana de missão nos espera, com a certeza de que esta folga nos deu a energia necessária para a enfrentar.
O Ilhéu das Rolas é uma porção de terra rodeada por mar no sul de São Tomé e Príncipe, descoberta por Gago Coutinho e habitada apenas pelos hóspedes do hotel e por não mais de 10 famílias. Muito foi visto e muito ficou por ver, esperemos então que haja uma segunda visita. Talvez em outra missão, talvez em passeio, o desejo é regressar.

Não foi a primeira vez que a Inês Alencoão visitou o Ilhéu. Aqui reviu e se despediu de amigos que lhe são muito queridos, por isso este post é-lhe dedicado.


Zé Luís

2 comentários:

  1. Minha querida Inês, vejo que estás bem e fico mesmo feliz por isso.

    Quero deixar te um beijo enorme. Penso muito em ti!

    Até breve! Gosto te muito*

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  2. Venho aqui mandar um beijinho a vocês, grãozinhos, e dar os parabéns pela vossa missão! :)
    Tenho tido notícias óptimas nas cartas que cá chegam às segundas-feiras e também neste blog.

    Zé Luís, obrigada, só hoje percebi o porquê de o azul-marinho se chamar azul-marinho! (Lol, oh Inês, não gozes, aposto que também não sabias!)
    E também gosto de saber que os teus atributos físicos, Inês Caeiro, já fazem êxitos em África e tudo! Muy bien!

    Beijinhos e aproveitem bem a última semana!
    Marta

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