Em Guadalupe, A rua vive 24 horas/ dia. A qualquer hora, ouvem-se galos, motas em correria, hiaces amarelas atoladas de pessoas e mercadorias a apitar constantemente, cães abandonados já com pouca força para ladrar. À mistura, gritos de crianças que aqui nascem umas atrás das outras, e discussões de política pela rua. Domingo, houve eleições legislativas – dizem que ganhou o ADI.
As pessoas parecem-nos felizes, apesar da pobreza notória, tanto material como espiritual. Todos nos dizem “Bom dia” e, de vez em quando, escutamos o abafado “Olha o brranco!”. As crianças passeiam-se descalças e de roupas rotas e são chamadas por um nome de rua: Baby, Mano, Daisy, Marla. O seu nome de cédula, ou de escola, é diferente e bem mais complicado. Já aprendemos a acreditar que têm, pelo menos, mais dois anos do que aparentam pelo seu ar pequeno e mal nutrido.
Apesar da sujidade que as cobre, poucas pessoas passam fome: vivem da terra fértil que as alimenta. A maioria dos homens pesca e das mulheres colhe bananas. No resto do dia, bebem cacharamba (aguardente de cana) e, os que podem pagar, somam-lhe também cerveja.
Há uma mistura forte e clara de África e da Europa na cultura destas gentes. Ainda se sentem sinais de colonialismo na conversa dos mais velhos, na postura tímida dos mais novos, e até nos edifícios mal tratados e abandonados. Mas a paisagem, o choro cantado e esperneado das mulheres que têm os filhos doentes, e as festas de quintal não enganam: é África.
Por enquanto, estamos a palpar a terra, na tentativa de perceber as gentes, distinguir os sons, os cheiros, os sabores…
Gosto muito de receber noticias dos Grãozinhos de S. Tomé. Ainda estão em fase de "apalpar" o terreno, mas certamente já se aperceberam da falta que aí fazem agora (e farão depois de partirem). Saúde e força para todos e não deixem de aproveitar para dar uns mergulhos nessas águas quentes e cristalinas.
ResponderEliminarBeijinhos e até breve t.Zinha
Que bom receber noticias vossas...por cá já há saudades!!!!!
ResponderEliminarFico contente por saber que estão bem e vejo que há muito trabalho à vossa espera.
Desejo-vos toda a força do mundo para cumprirem a vossa missão.
Beijinhos para todos ...mas um especial para a Isabel
Até breve. Teresa (Mãe da Isabel)
(5ªFeira envio as compotas)
Um olá ao Grupo de S. Tomé. Aproveitem essa estadia em terras paradisíacas. Rezem uns pelos outros, Angola e S. Tomé. Nós cá rezamos por todos. Um (º). Augusto Miranda
ResponderEliminarQuando a Joana me telefonou a dar o contacto de Angola e me disse que já havia novidades no blogue de S. Tomé, vim a correr ver!
ResponderEliminarAntes de mais olá!!!
Fico contente com o que dizem; é claro que há-de haver momentos difíceis. Nós cá ficamos a pedir que sejam fortes. Um grande abraço a cada um de vós e para ti Inesinha mil saudades!